sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Tempestade em Copo d'Água

Um Com o Mundo (finalizado)
Parte 1 - Um Com o Mundo, Ar da Vida
Parte 2 - Um Com o Mundo, O que Lava a Alma
Parte 3 - Um Com o Mundo, O que Unge e Unifica


Eis o fim do Conto.
E já agora o vejo suscetível a uma edição... Mas só a farei quando tiver mais tempo.

No mais, o dia está nublado. As pessoas confundem intenções, e aí não dá nada certo. E aí o EGO fala mais alto; e quando isso acontece, esqueça qualquer tipo de justiça e direitos. Você não tem direitos perante um poder egoísta maior que você; você não tem direitos perante uma mente antiga, antiquada e antagônica; egoísta, egocêntrica, egocrática.
Se eu erro (irresponsavelmente, eu sei) por não perceber as consequências antes de agir, alego que erram contra mim ao não compreender meu erro e ao abusar da severidade.
Alego também que os erros são os mesmos. Iguais. Idênticos. Mas a Sabedoria para evitá-los está longe de se equiparar; e o que aconteceu hoje faz com que eu questione qual o lado que a tem menos.

Eu luto. Juro que dou o meu melhor pra não ser hipócrita.
E a luta toma o aspecto do Mistério, e também do Conhecimento: quanto mais você descobre, mais tem a descobrir. Quanto mais você avança, melhor percebe o quão longo é o caminho, que aumenta proporcionalmente ao curso percorrido.
E quanto mais você luta, maior é a hipocrisia. E como na busca pelos Mistérios; e como na busca por Conhecimento - receio que não haja um fim para essa luta.

E jamais antes um verso, que eu mesmo escrevi em um Soneto, fez tanto sentido para mim:
"Branco Sagrado é a hipocrisia".
Jamais.

Atenho-me a essas curtas e subjetivas explicações.
Desculpem pela falta de detalhes.
Eu aprendi hoje que, tal qual objetiva o começo do conto Um Com o Mundo, as pessoas realmente complicam as coisas.

E isso hoje me encheu de asco.
E isso hoje me encheu o saco.

E depois de brincar com anagramas, vou brincar de ser adulto e levar uma conversa séria com quem deveria entender das coisas. E não, não estou falando de Deus.

Grandes abraços, e até quando for possível.

Um Com o Mundo, O que Unge e Unifica

Mas ao que se passou o tempo, a chuva tornou-se um incômodo. Não havia nada mais a ser purificado, mas a água insistia em retirar-lhe mais um pouco de alma. Insistia com cada vez mais fúria e mais violência, até que o homem no topo do mundo fechou os olhos e abraçou seu próprio corpo, buscando proteção maior.
Não parecia temer seu suposto destino, no entanto. Desejava apenas que a dor a lhe acometer fosse mais suave, mas isso não era possível. As gotas em formato de agulha faziam-lhe feridas profundas no que ele conhecia por sua Alma, e ali se alojavam, fazendo com que cada movimento fosse mais um motivo para a agonia vir à tona. Já outras gotas, demonstrando piedade, tocavam-lhe suavemente a face e imitavam lágrimas. Sabiam que o homem que sofria com a tempestade não iria chorar, e fizeram-se, em existência efêmera, parte do homem, servindo-lhe como a emoção que tardava a sair.
Aquilo o acalmou, como lágrimas têm a capacidade de acalmar a quem chora. Soltou-se do próprio corpo. Abriu mais uma vez os olhos e encarou a tempestade sobre sua cabeça, e por um momento sentiu-se maior que ela; mais forte que ela. Mais capaz que ela. As vinhas deram-lhe a força que ele precisava, e os vaga-lumes lhe conseguiram tempo, sabe-se lá como. E ele reuniu o pouco ar seco que havia à sua volta, para encher os pulmões de revolta, até que o próprio corpo se tornasse combativo e quisesse devolver ao mundo aquele ar irado. E quando devolveu, foi em forma de grito, em volume tão alto quanto aquele pico havia de ser. Deu-se o grito, e de imediato, tudo brilhou - uma seta branco-azulado cortou os céus exatamente por sobre o pico, em um zigue-zague de perfeição e incontestável e velocidade assombrosa, cruzando o caminho da nuvem ao homem sem impedimento algum, até atingi-lo.
Aquele choque de forças dantescas foi suficiente para que o mundo inteiro soubesse o que acontecia. A Terra tremera a ponto de surgirem fendas, inúmeras, para engolir florestas e cortar cadeias montanhosas ao meio. O grito de revolta fez-se ouvir por todo universo. Mas o trovão precedeu o raio, e o raio silenciou a voz do homem que era um com a Natureza - como haveria de ser.
Enquanto as vinhas, ainda envolvendo o corpo, carregavam-no com calma para baixo, os vaga-lumes seguiam, em cortejo, ao que o pico se desfazia em pó à medida que a chuva parava de açoiteá-lo.
O corpo inerte repousou sobre a ruína que um dia fora o maior pico de todos - agora reduzida ao pó.
As vinhas tornaram-se a pureza do homem, e cobriram-no por completo - ali cresceriam, e brotariam flores e árvores.
A chuva agora afinava-se e gradativamente tornava-se brisa - molhava o corpo como se o beijasse.
A tempestade, a maior e mais terrível de todas, durara uma noite - e agora dava lugar ao alvorecer, que continha o coração do ser que sucumbira com a bênção do Sol.
Silenciou-se tudo. A Terra respirou, e todas as brisas moveram-se para dentro dela. E ao soltar o ar, o mundo recebeu calmaria e violência, ventinhos e furacões. O Sol encarou o planeta nos olhos. As estrelas piscaram, mais uma vez. A vida cresceu.
E o Campeão do Universo - aquele Um Com o Mundo - voltou ao pó de onde viera.



segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Incompleto

E Eu não consigo alcançar
não posso ver
ou conhecer
e nem tocar

Não enxergo
não entendo
mas adoro
mas eu amo

Se me engano
Se me encanto
Se só penso

Em quem devia estar no fim de cada verso.
De cada frase.
cada fato ou sentimento.

Mas não está.
Pois está longe.
E é Você.

Zé Eduardo Martin Roquetti

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Poesia escrita hoje, durante a aula. Gostei dela.
Sem mais comentários.

E estou em época de provas. Em breve terminarei o Um Com o Mundo. =)
Abraço a todos.

domingo, 12 de agosto de 2007

Um Com o Mundo, O que Lava a Alma

Eis que o Sol se pôs.
E a noite tomou o espaço do céu e da terra, e o lusco-fusco não fez objeção. Os vaga-lumes acenderam como haveria de ser, e todos que estavam presentes naquela região trataram de voar até o alto do pico, numerosos, desenhando círculos em volta do ser que respirara a brisa vespertina.
O tal não mais encarava o horizonte. Sua face erguida ao céu, os olhos vidrados nas estrelas, infinitas, dispostas no céu como um salpicado de prata, ouro, bronze, cobalto. Todas elas brilhavam de maneira única, como se dispusessem de uma complexa personalidade, como se cada piscada à Terra significasse algo maior que simples explosões e reações químicas. E ele sabia que significava muito mais que isso, e só por saber disso, já sabia mais do que qualquer cientista que imaginou ter compreendido as estrelas. As estrelas, então - todas juntas -, piscaram para ele, deixando o céu completamente escuro por um instante único. Os vaga-lumes brilharam como nunca, naquele momento onde eram as únicas luzes do mundo inteiro; como pequeninas estrelas esverdeadas, iluminaram o homem, o pico, e toda floresta em volta - e todos agradeceram em silêncio. O brilho esverdeado iluminou o sorriso sutil do homem que compreendia as estrelas, e então todo céu foi salpicado novamente com aquelas lamparinas maravilhosas. Mas o brilho repentino da volta das estrelas jamais ofuscara aquela luz que residia no olhar do homem, ou na traseira dos vaga-lumes. Então ele piscou para elas.
Provou da brisa noturna ao inflar e desinflar o peito novamente, e junto do ar, que de longe vinha agraciar o homem que conquistava os céus, vieram majestosas nuvens negras como jamais antes visto. Cavalgavam com honra e maestria pela penumbra do céu pontilhado, até cobrir completamente as estrelas dispostas no vácuo do vasto universo.
Não desviou o olhar do céu. Não ajeitou-se, não quis descer do pico para proteger-se da tempestade iminente, não temia raios ou ventanias. Os vaga-lumes mantiveram-se, os ramos e vinhas subiam cada vez mais, e agora enrolavam-se pelo corpo do homem que desafiava a tempestade, envolvendo pernas, tronco e ombros - suas pontas encaravam os céus, esperando o que vinha dali.
Encarou as nuvens colossais com serenidade. Ergueu os braços, oferecendo as mãos nuas aos céus - as nuvens rugiram, e toda Terra tremeu com isso. Mil leões de fumaça e energia vociferavam, das nuvens, para o homem, e ele não tremia. No momento em que abaixou as mãos, desenhando arcos com cada uma das duas, a chuva caiu. E atingiu o solo com velocidade, e banhou o picocom incontáveis gotículas de água pura. O homem que banhava-se na chuva abriu a boca, fechou os olhos - deixou-se sentir cada gota agulhar o corpo, até que não restasse corpo seco em existência. O vento passou a soprar com força, comandando a cortina de água para inundar o ar em todas as direções.
Era quase um tufão, que fazia com que torrentes de água girassem e atingissem o homem, mas ele jamais se movimentava, sobre aquele pico. Mantinha-se alto. Abraçado às vinhas, rodeado pelos vaga-lumes insistentes, ele jamais cairia. Seu mundo o banhava com o que havia de melhor; a mesma água que desmanchara a pedra e a transformara em areia, envolvia-o em ferozes gotículas. Purificavam-no.



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Parte 1 - Um Com o Mundo, Ar da Vida

Goles de Inspiração:

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Um Com o Mundo, Ar da Vida

Não fora difícil chegar onde ele estava.
Os seres humanos comuns considerariam sua travessia lendária. Mitológica. Impossível. Desprovida de qualquer credibilidade. Mas ele não acreditava nisso - afinal, havia conseguido facilmente escalar aquele pico rochoso, alcançando o topo do Mundo. Não, não fora difícil. Fora tão simples quanto qualquer outra coisa que já fizera em toda sua vida, ainda que todas essas coisas fossem alvo da parca fé do Homem, por serem desafios consideráveis. Mas ele não achava nada difícil, não encontrava nada que lhe fosse complicado. As coisas davam certo, sempre deram e sempre seguiram o caminho que ele desejava para si; só se desvirtuava desta rotina quando o Homem implicava e criava complicações desnecessárias, e, em boa parte das vezes, inexistentes. Aí sim haviam problemas (por mais que de natureza e fins bastante contestáveis).
Inventam problemas. Para escalar o pico, definiram - por algum misterioso motivo - que seus membros eram insuficientes para concluir satisfatoriamente uma subida; assim, criaram ferramentas. Picaretas e pinos para ferir a pedra, cordas para enlaçar a montanha e enforcá-la quando houvesse alguma queda. Mas ele não precisara de nada disso. As mãos nuas alcançavam as saliências no pico, que, de alguma maneira, eram moldadas com perfeição para apoiar mãos e pés. Saliências confortáveis e entrâncias cujo espaço parecia perfeitamente desenhado para que coubessem seus pés, sem problemas. Até a gravidade parecia invertida erroneamente, como um mero engano; ao invés de trazê-lo para baixo, o atraía de maneira suave ao pico que escalava, e assim parecia que a própria montanha ajudava-o a dar as passadas em sua acidentada superfície vertical.
Dificuldade? Nenhuma. O sorriso, jamais desistente, embelezava o semblante e dava vida a qualquer dia frio. Assim ele atingiu o topo do pico, o topo do Mundo. Com os dentes ao mundo e com a vida correndo por cada simples célula de seu corpo.
Lá em cima manteve a postura. Não se cabia mais que meio homem em pé, na curta superfície que dava ao pico um ar de um palco num mastro, e não haveria equilíbrio se não houvesse fé no tal; mas lá estava ele, como se fosse o topo ele mesmo, completando o pico, em pé, sem oscilar. Os dois pés juntos e os braços pensos aos lados do corpo.
O pôr-do-Sol iluminava sua fronte com um alaranjado distinto. As nuvens coloriam-se em milhares de espectros, entre o laranja da réstia solar e um violeta anunciador da penumbra; e nesta divisão ele também se encontrava; assim como iluminavam-se os raríssimos e maravilhados galhos e raízes, que o acompanharam por toda escalada, o seguiram furtiva e calmamente, e agora terminavam a subida, por perto de seus pés, com as pontas voltadas ao homem em aparente observação.
Ali, então, ele aguardou um tempo, sem tirar os olhos do Sol ou sequer piscar, o que impressionaria muitos. A impressão, na verdade, era que o reflexo que o Sol fazia em seus olhos era diferente do que se enxergava como Sol-comum; seus olhos brilhavam com um brilho sem projeção, que se guardava de dentro, que se guardava de onde vinha.
Seus olhos fecharam-se à medida que os braços passaram a erguer-se, e o peito encheu durante este movimento sutil. Seu corpo estava respirando. Não, não como um qualquer pelas narinas; a brisa vespertina, desejosa para com as criaturas que viriam ao lusco-fusco, dirigia-se a ele para alimentar os pulmões de cada célula com seu ar agradável. De todas as direções, os ventos calmos se manifestaram - de todas as direções, todos os ventos atingiram-no como uma carícia. Por todos os lados ele respirava cada única brisa que lhe envolvia naquela espécie de travesseiro de ventos. E quando seu peito inflou até o máximo, e quando seus braços quase se esticavam à altura dos ombros, e quando sua face carecia de espaço para suportar tamanho sorriso, ele desinflou. Usou da mesma calma com a qual havia inspirado todo aquele ar, e soltou-o de volta, dispondo do mesmo carinho que os ventos lhe haviam feito. E cada brisa saiu por onde entrara, em rodopios graciosos e suaves, que balançavam desde a copa das florestas abaixo até as mínimias folhas, folículos e insetos, numa dança divertida e estonteante.



quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Sábados de Regência

Temo que dizer qualquer coisa sobre os Sábados de Regência seria injustiçá-los. Qualquer coisa dita é pouco, e corpo, e nem mesmo palavras, em forma de alma, podem fazer entender o momento com perfeição. Há pessoas envolvidas, aliás. Pessoas - ah, sim, pessoas - de valia. Toda possível e imaginável valia. E não ouso dizer mais.
Atenho-me a dizer pouco, então. A lembrar que termino o dia sozinho, com a impressão de que é mais tarde que a verdade nos relógios nos indica. Está escuro, e o trem parado; lá embaixo, à minha volta, as máquinas que dirigem máquinas, os prédios que não valem o esforço. O frio da realidade, que volta ao poder, aos poucos, contra os poucos compatriotas do Sonho debandados. A realidade. O mundo de pessoas indiferentes, incompreensíveis, incompreensivas.
Ergo o nosso cetro Real pela última vez ao dia, clamando por mais revoluções. Vejo fogos de artifício entre os prédios da cidade; sei, de alguma forma, que fui ouvido, mesmo sem ter brandido a voz gargântica. O violeta inesperado dos fogos é o que me confirma: haveremos de brandir a espada e o cetro mais uma (muitas) vezes - e clamar o trono Real e tomar posse. De voltar ao nosso lugar de origem e direito, como Reis da própria Realidade (que é o que somos).
Haveremos, pois, de voltar à regência.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Sobre a Volta ao Mundo dos Vivos

Tenho acordado sem vontade, embora eu tenha a vontade de acordar. Acordo sozinho; o próprio dia não nasce junto, na verdade - ou melhor, não acorda de verdade. Sempre é sombra, penumbra que é castigo para quem cedo madruga: uma sombra do dia anterior. Eis que sem vontade (mas desejoso), sem verdade (mas sincero, em si) e sem sombra de dúvida (mas carente de melhor comentário), os dias têm nascido e eu, nascido para eles, visando prosseguir com a volta ao mundo dos Vivos.
É árdua a tarefa.
Quando se acorda de madrugada, a vontade é gigante - mas o tempo é forte, e não deixa que você o segure. Quer-se escrever textos, quer-se escrever cartas. Quer-se ler artigos, quer-se saber de tudo. Mas jamais se pode tudo que quer (o tempo que o diga).
Quando se acorda de madrugada, as coisas ainda são de mentira; a casa vazia é um brinquedo solitário num parque de diversões vazio, o banheiro é uma casa de espelhos tenebrosa, onde a única imagem de substância é a sua própria, de cabelos de serpente e olhos vermelhos, pouquíssimo crédulos com a situação. Queriam eles crer que é tudo mentira.
Quando se acorda de madrugada, ainda se é um fantasma, uma sombra do dia anterior - e até que o dia tenha a boa vontade de acordar realmente, você ainda é morto. Vive sozinho: perambula pela casa arrastando suas correntes, conversando com seus fantasmas, sem tempo para concluir uma conversa ou um assunto sequer. Sem coragem para morrer de verdade, sem gente pra viver de novo.
Mas o sol raia, trazendo a pressa ao mundo e levando uma face de Desespero do mesmo. Você ganha vida com as exigências dramáticas e imortais feitas contra sua forma de usar o tempo; ganha vida com as buzinas lá fora, ganha vida com o silêncio em que o veículo é imerso, mesmo com tantos ditos de "bom dia" não-respondidos. Aquilo é vida.
Chega-se então àquele mundo dos Vivos. Com vivacidade para dar e vender, caminha-se pelo pátio até o local onde sua patota se reúne, já viva, aguardando avidamente por sua volta. Eles sorriem e riem, e a diversão existe - mas como tudo que é vivo por ali, morre depois de um tempo. A vida é tanta, que todos os dias são os mesmos. A mágica se mantém, tornando todos os dias uma cópia do primeiro, dez anos atrás. O ar é o mesmo, os caminhos são os mesmos, as pessoas são as mesmas. Os sorrisos, chacotas, cumprimentos, olhares, ironias, sentimentos, são os mesmos desde sempre, desde que a vida demarcou aquele lugar.
E, ah. A vida está em mim. Como é bom viver. Como é bom viver. Sou muito feliz com essa vida.
E tenho orgulho em ser morto.

*


Quando saio assim, para voltar ao mundo dos vivos depois, não venho de onde talvez pensem as pessoas de bem.
Corrijam-se: volto do mundo dos Sonhos.
E sobra-se muito de lá. No mundo dos Sonhos, a realidade estabelece um parlamento conosco, e assim a regência é nossa, por culpa talvez do povo. Mas, ainda assim, o trono não é de nosso direito.
Assim, é como no mundo dos vivos, mas diferente. Encontro quem quero, faço muito do que quero e penso nas coisas que gosto de pensar. Jamais esqueço-me da realidade, carente de combatentes, carente de adversários. Mas há prazer.
Assim como há pesadelos dos quais precisa-se acordar. E uma vez acordados, eis que volta o sonho - por mais que tanto não tenha acontecido comigo, ainda, espero que, como poeta morto, saiba usar a vida dos mundos verdadeiramente vivos, das árvores verdadeiramente verdes, dos momentos verdadeiramente gostosos; e assim, volte a sonhar como deveria.
As fadas que devem me odiar por isso, mas é necessário esperar.
Um sonho acabou. Um outro, mais forte, combativo e necessário, está prestes a começar.
E Sonhos não envelhecem.



~ ~ ~




Perdão pelas cartas ainda não escritas, pelos textos não escritos, pelos artigos não lidos e por tudo que não sei.

E um grande abraço a todos.