domingo, 31 de agosto de 2008

Esquizéide

Eu talvez esteja de saco cheio de figuras de linguagem, então quando eu digo que agora eu acabei de sair de um sonho, entendam que eu estava dormindo e sonhando e que acordei e agora não estou mais no sonho.
Aliás, que merda de hora pra dormir. É fim de Domingo e a melhor escolha que eu pude fazer foi deitar na cama esportivamente ou continuar no PC. Aí eu deito ali. Me espremo, porque nesses momentos eu tenho a impressão de que minhas roupas são mais importantes que eu e que não tenho tempo para tirá-las de cima da cama, então eu deito espremido no espaço no qual elas não existem. Uma bosta, não sei pra quem eu empresto meu cérebro nos momentos em que tô com sono. Porque meia hora, uma hora, duas horas depois eu acordo dolorido e desgostoso. Sabe? A cabeça dói e formiga como se fosse um braço, o braço dói e formiga porque dormi em cima dele e de repente, quando me espreguiço, sinto dores onde nunca achei que houvesse terminações nervosas. Aí a única coisa que faço quando dou de cara com alguém é gestualizar pedindo uma massagem no braço porque tá faltando sangue ali e sequer consigo mexê-lo direito. Nem falar, porque a boca gruda com aquela saliva estranha e dá pra saber que, mesmo tendo dormido uma ou duas horas, só, tá fedendo como se eu tivesse dormido a semana inteira.
Alguém queria saber como eu me sinto quando acordo? Tá aí.
Acho curioso que eu tenha chegado ao ponto dessas duas opções só, dormir de brincadeira ou esperar mais um pouco, e depois, que haja toda essa eventualidade do sono-tortura e do despertar doentio; isso me leva a enxergar uma tosca representação de humanidade em mim mesmo.
Esquece, esqueçam isso. É bobagem. Ocorreu-me agora que só quis me comparar e me difamar como ser humano, ou paralelamente transformar isso numa alegoria que sirva no resto do mundo, pra fazer desse texto alguma coisa mais útil que uma reclamação. Porque a coisa toda de contar sobre a via-sacra que é acordar foi só uma artimanha pra que em pouco tempo eu esquecesse as imagens vívidas daquilo que aconteceu e daquilo que não aconteceu nesses sonhos recém-sonhados.
Bem, não deu certo. Ainda lembro do sonho. Inconveniente demais, já que os bons nunca duram mais que uma hora e são facilmente dissolvidos por aí.
Eu poderia escrever mais sobre isso. Sobre a inconveniência dos sonhos e a rudeza da realidade. Poderia me abrir um pouco mais e listar, uma a uma, das minhas mais recentes agonias às que sempre perduraram. Poderia colocar um soneto que escrevi esses dias, ou tentar concluir um texto que há tempos existe. Dizer que entendi o que se passa e descrever subjetiva e incompreensivamente meu método para mudar a situação.
Sinceramente, falta-me a vontade.

sábado, 2 de agosto de 2008

Em cima do muro



Se você for alguém curioso e quer saber até onde me disponho a gastar meu tempo com coisas inúteis na tentativa de ser engraçado, há uma versão "colorida" aqui. Mas está uma bosta.
Se você está cansado dessa agressão gratuita, fale com o Hugo. Ele cobra a hora.
Se você reconheceu a cena de um ovo sentado sobre um muro, POR FAVOR SE MANIFESTE, estou ficando maluco por nada encontrar sobre isso na internet.
Se você quer saber, o muro separa o mundo romântico do mundo niilista, e eu estava, como bom Eggman, metaforando sobre as duas coisas.
Se você adivinhar em qual mundo o Hugo está, parabéns.
Se em uma semana eu não achar isso tão idiota, faço mais.