sábado, 24 de janeiro de 2009

Cidadão Keane

Preciso dizer de alguma maneira que, apesar de ter me desfeito de todas as músicas e me distanciado das memórias musicais possíveis, eu ainda lembro do clima de cada canção e de como todo significado foi meu, só, e independente por completo de qualquer relação com o correr dos fatos.
Os fatos nem correm mais. Estão envoltos num simulacro eterno como num mar cuja água é pesada demais pra que a movimentação seja rápida, sequer possível.
Acabo me afogando nos trocadilhos.


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Menção honrosa à minha visita à Expo da Campus Party pra encontrar a Clarinha, quadrinista que tem dois besourões verdes no lugar dos olhos. A partir dela, curiosamente conheci mais gente curiosa, entre eles o Rodrigo, do Balaio Branco, e o Faso, do .marcamaria (os mais fáceis de contactar, haha). O Balaio é uma revista de histórias que se envolve com várias mídias, e o .marcamaria é uma iniciativa que transforma posts em plushies. Tudo muito bacana, devo dizer.
Aliás, uma poesia que eu escrevi e a Leila ilustrou foi postada lá no Balaio, hoje! O link direto é esse, mas lhes aconselho a vasculharem todo o site. Comentem no que quiserem, também - se não comentarem há grandes riscos do editor puxar suas orelhas. haha
Agradeço a publicação, Rodrigo!

Abraços, povo [?].

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

444 minutos


numa demonstração de muita paciência, amor ao progressivo, e certamente de alguma desordem mental, resolvi criar uma lista com músicas que ultrapassassem os quinze minutos de duração. comecei a ouvir lá pelas... oito horas de ontem?, e ouço a última agora. sete horas e pouco de duração, é isso mesmo? os aproximados 444 minutos. experiência bizarra.

ao todo, há cinco discos inteiros na playlist. todos de uma ou duas músicas, apenas. o absurdo Thick As a Brick, do Tull; o surreal Seven Up, do Ash Ra Tempel com o Timothy Leary; Tubular Bells, do Mike Oldfield; o tranquilo Epsilon in Malasyan Pale, do Edgar Froese; e, pra terminar, o doentio (doentio) Third Reich'N'Roll, do Residents.

agora vou tomar um banho gelado e vou dormir, aproveitando que a música acabou enquanto eu finalizava o post.

domingo, 11 de janeiro de 2009

ensaiando últimas vezes

já tinha pensado nisso há um tempo; lembrei disso agora e quis por bem deixar registrado.
é um raciocínio sobre últimas vezes. uma conclusão, talvez, à qual cheguei repetidas vezes quando quis dar fim a algum comportamento: deixar de lado algum vício, mudar de rotina, etc. ou quando, ao menos, tentei fazê-lo.

reparei que últimas vezes não existem em tempo presente. existem muito menos em tempo futuro.
só há última vez se for no passado.
quem quer dar fim a algo não se pode dar ao luxo de dizer "esta é minha última vez", ou "esta será minha última vez", pois quando é assim a vez tende a se repetir. contenta-se então com as lembranças, solidificadas por um "aquela foi minha última vez"; com a última vez deixada no passado e jamais para se repetir.

uma última vez no passado tem mais valor que suas equivalentes do presente e futuro. últimas vezes do presente-futuro são (como este texto) ensaios de uma última vez verdadeira, larga e plena - que é a que se encontra no passado.

por exemplo, certo alguém que deseja parar de roer unhas roeu as unhas das mãos num Domingo. quando, no Domingo seguinte, sente vontade (e necessidade, eventualmente) de roê-las novamente, confronta-se com o desejo de dar fim ao hábito. pode, daí, escolher entre cortar o hábito com uma última vez definitiva - no passado - ou ensaiar a última vez, trazendo-a para o presente.
quando opta pelo passado, não rói. sua última vez já aconteceu e, por ser última, não se deve repetir. se continuar optando pelo passado assim que voltar a vontade, não acontecerá novamente.
quando opta pelo presente, rói consciente de sua condição em uma última vez, talvez por isso, um tanto quanto fingida. uma última vez ensaiada e mecânica por demais. pode, na próxima vez que surgir a vontade, optar novamente: concluir a última vez, escolhendo o passado; ou trair-se, ensaiando outra última vez.

eu, por mim, cruzo os dedos pra que esta seja a última vez que eu uso um exemplo tão chulo.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mr. Tambourine Man

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Though I know that evenin's empire has returned into sand,
Vanished from my hand,
Left me blindly here to stand but still not sleeping.
My weariness amazes me, I'm branded on my feet,
I have no one to meet
And the ancient empty street's too dead for dreaming.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Take me on a trip upon your magic swirlin' ship,
My senses have been stripped, my hands can't feel to grip,
My toes too numb to step, wait only for my boot heels
To be wanderin'.
I'm ready to go anywhere, I'm ready for to fade
Into my own parade, cast your dancing spell my way,
I promise to go under it.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Though you might hear laughin', spinnin', swingin' madly across the sun,
It's not aimed at anyone, it's just escapin' on the run
And but for the sky there are no fences facin'.
And if you hear vague traces of skippin' reels of rhyme
To your tambourine in time, it's just a ragged clown behind,
I wouldn't pay it any mind, it's just a shadow you're
Seein' that he's chasing.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Then take me disappearin' through the smoke rings of my mind,
Down the foggy ruins of time, far past the frozen leaves,
The haunted, frightened trees, out to the windy beach,
Far from the twisted reach of crazy sorrow.
Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free,
Silhouetted by the sea, circled by the circus sands,
With all memory and fate driven deep beneath the waves,
Let me forget about today until tomorrow.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.


Bob Dylan


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Essa música é extraordinária e tem suas versões disponibilizadas no próprio site do Dylan, aqui. Falho em escolher qual trecho melhor faz jûs ao momento.

retorno da dificuldade de expressão e dicção

domingo, 4 de janeiro de 2009

Retrospectável, 2008, 2/2

guardados os raros, esparsos, curtos e intensos bons momentos,


o segundo semestre de 2008 foi predominantemente uma merda.