quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Lepidoptera

Abre majestosa tuas asas de veludo
De papel camurça preto;
e deixa a noite cair.

Despeja teu pó sobre este mundo
E cega o que há de perfeito;
coloca-nos para dormir.

E dita teu feitiço mudo
co'as antenas, um encantamento
que nós não podemos ouvir.

Co'as runas do corpo felpudo
Confunde o que deve ser feito;
distorce o nosso sentir.

Teus olhos, inúteis, vão fundo
no sexo, no ninho ou no leito;
que nunca chegou a existir.

Termina, em teu vôo, com tudo:
Flutuas no ar em Sonetos
Místicos zigue-zagues e curvas sinuosas
És bruxa negra, sombria mariposa,
és ilusória, desde o nascimento.

Zé Eduardo Martin Roquetti

Um comentário:

Anônimo disse...

te contei da vez que criei uma lagarta de mariposa? é uma história boa...

estou colocando 'escritos' de novo num outro blog. passa lá quando quiser.
www.temporadadasflores.blogspot.com