quarta-feira, 25 de junho de 2008

Acorda, come e vai pra praia.

Quando eu via o fluxo da água, achava que estava me movendo. Sempre achei. Era como se eu flutuasse à superfície do mar e magicamente meus pés impulsionavam o corpo, deixando essas ondinhas em volta, no sentido em que estão. Eu achava isso.
Mas nunca soube o que você achava. Nunca perguntei, acho. Sequer partilhei minha crença. Era bobo demais, mesmo pra crianças na nossa idade. Você riria.
Nunca soube. Andávamos juntos, eu, pai do filho d'O Homem, e você, Apóstolo. Desceu o anjo e veio o apocalipse, e fica cada vez mais difícil perguntar. Descobrir quem abandonou quem, quando aconteceu e se as coisas morreram com as casas e os hábitos que deixamos para trás.
Ainda não é tarde demais pra reverter a situação.
É?

Um comentário:

Anônimo disse...

Também gosto de sonetos, e sim, eu sou maior (sorriso e olhar de superior. Risada um segundo depois ao olhar pra cima e o ver). Mas é aí que mora o perigo! Ando com as mãos ensangüentadas muito ultimamente. Deve ser culpa de Poe.
Enfim, cairá no mistério se jamais tentar reverter.
:}