terça-feira, 16 de junho de 2009

a cova

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo
De amargo então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento

Fez casa nos meus braços
E ainda leve, forte, cego e tenso
Fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.

Faço nosso o meu segredo mais sincero
E desafio o instinto dissonante
A insegurança não me ataca quando erro
E o teu momento passa a ser o meu instante.

E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão
Teu corpo é meu espelho e em ti navego
Eu sei que a tua correnteza não tem direção.

Mas, tão certo quanto o erro de ser barco a motor
E insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque não vemos.


Legião Urbana
em Daniel na Cova dos Leões

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