segunda-feira, 31 de agosto de 2009

mais do mesmo

era um texto grande cunhado em lamento. mas me irritei.
sempre liguei pro caráter artístico dos meu textos mesmo aqui no blog, mas dá em nada, dá? coletassem todos os bons, e teria-se um conjunto de chorumelas curtas, subjetivas, desinteressantes; não arte. mesmo porque nunca soube estar informado, inteiro, conciso num movimento para produzir alguma arte dele. tenho hoje um projeto maior, mas longe da prática, ainda...

parte da madrugada irritei-me preenchendo currículos.

no começo da manhã tentei criar algumas metáforas: pintei a felicidade como um prédio em uso constante, e a insatisfação como um monumento inútil que você enxerga de qualquer ponto da cidade. destruir o prédio útil, tudo bem - pode-se construir outro em alguns meses; destruir o monumento escroto, jamais - que importa se se sofre com sua beleza de mármore? é moderno se machucar assim. esse ponto quero desenvolver mais, tenho a impressão de enxergar mil mentiras que absorvi durante a infância:
(1) os bons sentimentos não são fortes como sempre pareciam ser - são apenas bons, e precisam de uso constante para sua manutenção.
(2) os sentimentos fortes são tão bons apenas enquanto à distância - quando se tornam reais, são apenas bons.
(3) os sentimentos ruins viciam.
amor mesmo é uma construção cuja importância só será sentida a longo prazo. apaixonar-se por estrelas é uma idiotice. alcançá-las queima.

mas tive, en parejas, uma metáfora boa que vou guardar na geladeira, já que tratava de manjares, de passas. é justo.

quero dizer mais nada. não quero ser mais óbvio nem mais direto. quero continuar ingrato, covarde e ignorante para com os monstros que me fazem ser um deles.

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